EM TERRA DE CEGOS...
XIX International Art Biennial \ Vila Nova de Cerveira, Portugal
XIX International Art Biennial \ Vila Nova de Cerveira, Portugal
Em Terra de Cegos... 2017
Cooper wire sculpture and fishing hook.
100 x 50 x 35 cm
Cooper wire sculpture and fishing hook.
100 x 50 x 35 cm
IN LAND OF BLIND PEOPLE...
Part-Form-Plot: a red cloud, intricate and dense, sparkling ghostly, illusory of this “whole view”. A metallic, cold, empty and hollow membrane. Almost superficial. A copper sculpture created under an embroidered net logic.
Of noble material, classified as a transition metal, power conductor par excellence, ductile and malleable, copper was probably the first metal to be worked by man and currently remains one of the major metals in the industry.
Working around the Portuguese Embroidery Point (Ponto de Haste) and through the appropriation of this traditional technique, I explore its plastic and three-dimensional possibilities for the production of this sculpture: a construction process developed outside its traditional framework; by stealing the production base (the fabric), once devoid of that original support, the repetitive gesture of this point was deconstructed and reconstructed, producing new shapes, contours, processes and concepts..
The embroidery thread, here replaced by the copper wire, reproduces itself a sculptural mesh, in a mechanical and successive floating movement producing a matrix-shape that it replicates continuously, creating an “eye of a thousand eyes” - an Eye-King: a descendant (or generator?) of a number of common looks, it materializes into a compound, as if it were a bunch of "blind" people.
We can look at it from the outside to the inside, as a radiography of our civilizational essence or, from the inside to the outside, as a representation of a global society where the “big brother” observes and rules us, in a complex whole, product of the richness and diversity of a common connective sense.
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Part-Form-Plot: a red cloud, intricate and dense, sparkling ghostly, illusory of this “whole view”. A metallic, cold, empty and hollow membrane. Almost superficial. A copper sculpture created under an embroidered net logic.
Of noble material, classified as a transition metal, power conductor par excellence, ductile and malleable, copper was probably the first metal to be worked by man and currently remains one of the major metals in the industry.
Working around the Portuguese Embroidery Point (Ponto de Haste) and through the appropriation of this traditional technique, I explore its plastic and three-dimensional possibilities for the production of this sculpture: a construction process developed outside its traditional framework; by stealing the production base (the fabric), once devoid of that original support, the repetitive gesture of this point was deconstructed and reconstructed, producing new shapes, contours, processes and concepts..
The embroidery thread, here replaced by the copper wire, reproduces itself a sculptural mesh, in a mechanical and successive floating movement producing a matrix-shape that it replicates continuously, creating an “eye of a thousand eyes” - an Eye-King: a descendant (or generator?) of a number of common looks, it materializes into a compound, as if it were a bunch of "blind" people.
We can look at it from the outside to the inside, as a radiography of our civilizational essence or, from the inside to the outside, as a representation of a global society where the “big brother” observes and rules us, in a complex whole, product of the richness and diversity of a common connective sense.
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EM TERRA DE CEGOS...
Parte-Forma-Enredo: uma nuvem rubra, intrincada e densa, cintilantemente fantasmagórica, ilusória de uma “visão de conjunto”. Uma membrana metálica, fria, vazia e oca. Quase superficial. Uma escultura em cobre que se desenha sob uma lógica de rede bordada.
De material nobre, classificado como metal de transição, condutor de energia por excelência, matéria dúctil e maleável, o cobre será provavelmente o primeiro metal a ser trabalhado pelo homem e permanece actualmente como um dos metais principais da indústria.
Trabalhando em torno do Ponto de Bordado Português (Ponto de Haste) e através da apropriação dessa técnica tradicional, explorou-se a sua possibilidade plástica e tridimensional para a produção desta escultura: desenvolveu-se um processo de construção fora do seu enquadramento tradicional e, furtando-lhe a base de produção (o tecido), uma vez desprovida dessa originária sustentação, o gesto repetitivo deste ponto foi desconstruído e reconstruído, atribuindo-se-lhe novas formas, contornos, processos e conceitos.
A linha de bordado, aqui substituída por cobre, reproduz em si mesma uma malha escultórica, num mecânico e sucessivo movimento flutuante, produzindo uma forma-matriz que se replica continuamente, criando um “olho de mil olhos” - um Olho-Rei: descendente (ou gerador?) de um sem número de olhares comuns, materializa-se num composto, como se de um bando de “cegos” se tratasse.
Podemos olhá-lo ora de fora para dentro, como uma radiografia da nossa essência civilizacional, ora de dentro para fora, como representação de uma sociedade global onde o “grande irmão” nos observa e rege num todo complexo, produto da riqueza e diversidade de um senso comum conectivo.
Parte-Forma-Enredo: uma nuvem rubra, intrincada e densa, cintilantemente fantasmagórica, ilusória de uma “visão de conjunto”. Uma membrana metálica, fria, vazia e oca. Quase superficial. Uma escultura em cobre que se desenha sob uma lógica de rede bordada.
De material nobre, classificado como metal de transição, condutor de energia por excelência, matéria dúctil e maleável, o cobre será provavelmente o primeiro metal a ser trabalhado pelo homem e permanece actualmente como um dos metais principais da indústria.
Trabalhando em torno do Ponto de Bordado Português (Ponto de Haste) e através da apropriação dessa técnica tradicional, explorou-se a sua possibilidade plástica e tridimensional para a produção desta escultura: desenvolveu-se um processo de construção fora do seu enquadramento tradicional e, furtando-lhe a base de produção (o tecido), uma vez desprovida dessa originária sustentação, o gesto repetitivo deste ponto foi desconstruído e reconstruído, atribuindo-se-lhe novas formas, contornos, processos e conceitos.
A linha de bordado, aqui substituída por cobre, reproduz em si mesma uma malha escultórica, num mecânico e sucessivo movimento flutuante, produzindo uma forma-matriz que se replica continuamente, criando um “olho de mil olhos” - um Olho-Rei: descendente (ou gerador?) de um sem número de olhares comuns, materializa-se num composto, como se de um bando de “cegos” se tratasse.
Podemos olhá-lo ora de fora para dentro, como uma radiografia da nossa essência civilizacional, ora de dentro para fora, como representação de uma sociedade global onde o “grande irmão” nos observa e rege num todo complexo, produto da riqueza e diversidade de um senso comum conectivo.